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Duas histórias centenárias unidas por um Nanquim

O desenho foi entregue ao Frederica’s Koffiehuis em agosto e encantou a família Verschoor Dykstra


imagem da família junta ao artista segurando o Nanquim na entrada do Frederica's Koffiehuis
O offset-litografia é uma técnica de impressão com o desenho feito numa prancha de metal ou de plástico onde a imagem é tintada e transferida por pressão para o cilindro do cobertor de borracha e, por fim, impressa no papel.

Willem Kiewiet, um senhor de meia idade que nasceu na Holanda, mas hoje é um típico brasileiro que viu no Brasil do século XX novas oportunidades.


Mas, antes de desembarcar em terras novas, sua história iniciou em Veendam, uma província no norte da Holanda e conhecida pela produção de cereais, gado e turfa. Por lá, o pequeno Willem tinha um sonho peculiar: ser capitão de navio.


Sua infância sempre foi cheia de amor e carinho de sua família, base para o incentivo a estudar e buscar uma carreira estável. Na escola seus talentos natos chamaram a atenção de um professor que sugeriu: Estude administração. “Mas o meu pai falou: nem pensar ele precisa estudar matemática também”. Fala aos risos Kiewiet.


“Realmente eu precisava estudar matemática para continuar os meus estudos”. E assim, decidido, ele continuou seus estudos, mas, para isso, o jovem holandês embarcou rumo a Utrecht, cidade grande, considerada a quarta maior do país, onde ele estudou offset-litografia.


O nome é estranho para quem não trabalha na área, porém tem relação direta com muitos materiais que utilizamos hoje em dia, como cardápios.


O offset-litografia é uma técnica de impressão com o desenho feito numa prancha de metal ou de plástico onde a imagem é tintada e transferida por pressão para o cilindro do cobertor de borracha e, por fim, impressa no papel.


“Recebi o diploma onde mais tarde eu poderia iniciar uma gráfica tudo por causa do meu talento de desenhar” fala orgulhoso Sr. Willem.

Ainda na Holanda, ele trabalhou durante quatro anos numa gráfica na cidade da Haia, onde fez a maioria dos seus quadros em pintura a óleo e desenhos em nanquim.


Entretanto, mesmo amando o que fazia, algo ainda o incomodava: as quatro paredes onde trabalhava. “(...) resolvi telefonar para a Real Lloyd Holandesa e partir de navio para América do Sul".


Ik kom uit Nederland

Em 1986, Willem chega ao Brasil e decide ficar definitivamente no país que o acolheu com amor e respeito pelas suas origens. Entretanto, aqui ele seguiu outros caminhos profissionais, se tornando suinocultor até 2002 e por isso, ficou cerca de 16 anos sem desenhar. “Somente nos anos 2002 até 2004 reiniciei os desenhos em nanquim usando todo o tipo de motivos dos Campos Gerais”.


Paisagens, prédios, moinhos, a Taça de Vila Velha, casarões antigos portugueses, inclusive o troperismo eram suas inspirações. “Os meus desenhos em nanquim já foram vendidos para Holanda, Alemanha e muitos pelo Brasil”.


A União de duas Histórias Centenárias

Retratar a história, compartilhar bons momentos e preservar a memória da família são três ações atreladas ao Frederica’s Koffiehuis, confeitaria conhecida pelas suas inconfundíveis tortas e arquitetura que proporcionam uma viagem à Holanda sem sair de Carambeí.


Mas o que ligou o Frederica’s ao seu Willem, além das origens familiares? A resposta é simples, o talento dele e a vontade de retratar o prédio do café em um desenho único!


De cara um desafio: Desenhar o prédio e dar vida aos detalhes do local, como a ponte do laguinho, o lago, hall de entrada e o telhado, além de fazer seu Willem reviver a arte do Nanquim, algo sem prática há 14 anos, mas relembrado de maneira natural quando pegou seu lápis. “(...) aceitei este desafio que foi muito agradável em fazer já que a arquitetura típica holandesa sempre me agrada”.

O resultado final foi bastante elogiado pela família e equipe, que recebeu a obra com os olhos brilhando e bastante emoção pela riqueza nos detalhes.


“Ficamos muito felizes ao receber o desenho, pois a arte do seu Willem retrata de maneira especial o Frederica’s, além de ser fiel aos detalhes”, comenta Frederica Boot Dykstra.


O Nanquim representará o prédio inaugurado em 2014, conhecido pela arquitetura inspirada nas casas da pequena Giethoorn, cidade conhecida como “Veneza Holandesa”.


“Nós quisemos retratar nossa história em nosso prédio e por isso, buscamos inspiração nessa cidade holandesa, que é bastante charmosa e elogiada por quem a visita”, relembra Frederica.


Por fora o local chama atenção e por dentro não é diferente, pois da passarela, sobre um pequeno lago, o Koffiehuis, possui decoração que proporciona uma imersão cultural e mostram o orgulho da família por suas origens.


Um exemplo é o quadro emoldurando do avental da avó da fundadora da Marca, Frederica, grande inspiração para ela e conhecida por, ainda no século passado, compartilhar bons momentos.

“Temos muito orgulho de nossa origem e como Carambeí nos recebeu bem. Temos muito orgulho de colaborar para manter a cultura holandesa viva”, diz alegre Frederica.

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